Cooperação Técnica Brasil – Reflexão para a transformação da estação Palmeiras-Barra Funda em São Paulo

No primeiro workshop da cooperação em julho de 2017, foi apresentada a metodologia em andamento nas estações francesas, que consiste em tornar o espaço mais atrativo para atrair novos usuários, isto através do desenvolvimento de novos serviços e comércios dentro e ao redor da estação. Desde então, os atores locais de São Paulo se interessaram por esta nova forma de conceber estações.

Assim, após as discussões no primeiro workshop para a escolha de uma estação da rede metropolitana que serviria de objeto de estudo para aprofundar este assunto, a estação Palmeiras-Barra Funda foi escolhida. Ela apresenta um ótimo fator multimodal (metrô, trens metropolitanos, ônibus municipais, metropolitanos e intermunicipais), um grande número de usuários (aproximadamente 400 000 pessoas transitam pela estação diariamente), uma grande quantidade de equipamentos de cultura, educação e lazer no seu entorno e uma boa localização em relação às atividades da cidade.

Considerando o contexto local, julgou-se interessante aprofundar temáticas, como: (i) arranjos institucionais adotados recentemente em projetos similares na França, (ii) soluções tecnológicas leves que melhoram a experiência do usuário e (iii) o potencial das receitas não-tarifárias na estação.

A governança deste tipo de projeto e ferramentas de fácil implementação

Neste contexto, a CODATU organizou um workshop no dia 03 de abril de 2018. Para este workshop, CODATU solicitou a expertise de Sylvain Jamet, da SNCF Gares&Connexions, filial da SNCF encarregada da renovação e do desenvolvimento das 3000 estações da rede ferroviária francesa, e Julien de Labaca, diretor de projetos de transporte da l’Eurorégion Nouvelle Aquitaine Euskadi Navarre, uma autoridade metropolitana transnacional e membro ativo da Fabrique des Mobilités. Aproximadamente 30 pessoas da CPTM, da EMTU, do METRÔ e da STM participaram deste workshop.

Sylvain apresentou exemplos de arranjos institucionais e financeiros de projetos de renovação de estações e Julien apresentou um conjunto de ferramentas tecnológicas leves, fáceis à se implantar, que permitem melhorar o cotidiano dos usuários (informação ao usuário, bilhetagem etc.). Estes aspectos são muito importantes para o sucesso de um projeto de estação de nova geração.

Em seguida, organizou-se um trabalho em grupo para (i) identificar os atores envolvidos no projeto e as possíveis divergências de interesse entre os mesmos e (ii) propor soluções para essas divergências. As principais divergências citadas reposam sobre as questões de repartição dos investimentos entre os atores. A solução mais destacada seria a criação de um comitê gestor, encarregado de estabelecer um consenso do projeto, à frente do qual seria nomeada uma figura personificada.

Num segundo momento, os participantes se reuniram para identificar os perfis dos usuários da estação, suas necessidades e propor serviços que correspondam a estas necessidades. As cinco medidas de destaque foram:

1. Aumentar espaços de permanência e convivência;
2. Melhorar sinalização e comunicação visual;
3. Variedade de serviços (de apoio ao cidadão), comércios (de proximidade) e restaurantes (alimentação saudável);
4. Melhorar iluminação dentro e fora da estação;
5. Melhorar acessos e caminhabilidade do entorno.

O trabalho em grupo permitiu ter uma primeira ideia de como a estação evoluiria, com as sugestões feitas pelos grupos e que serão refinadas nos próximos workshops.

As discussões realizadas neste workshop constituem base de dados importante para o estudo de pré-viabilidade iniciado por Egis e AREP para a transformação numa estação de nova geração. O próximo workshop está programado para junho de 2018.